sábado, 1 de novembro de 2014

Juquinha, de Cornélio Pires

Noite alta..... Por fora de um telheiro,
O pequeno Juquinha
morre ao vento...
Enjeitado e sozinho... Está sedento,
Nas aflições do instante derradeiro.
Lembra os dias de humilde jornaleiro,
Pensa vender notícias ao relento,
Geme e delira, olhando o firmamento.
Nisso, aparece
um jovem no terreiro...
Vem de manso e convida:
– “Vem, Juquinha!...”
O pobre larga o corpo
a que se aninha...

– “Quem é você?” – pergunta,
ri-se e chora!...
– “Sou Jesus!...” – diz o moço,
ao dar-lhe o braço...
E os dois sobem na luz
do imenso espaço,
Numa estrada de lírios
cor de aurora!...


(Extraído do livro “Poetas Redivivos”, psicografado por Francisco Cândido Xavier.)

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