domingo, 24 de abril de 2011

MEDIUNIDADE

Mediunidade e evolução
Por Victor Rebelo
O Espiritismo tem como base a análise e compreensão das comunicações mediúnicas e o raciocínio lógico – fé raciocinada – dos ensinamentos dos espíritos. Portanto, a doutrina não se resume no estudo dos fenômenos espíritas ou do mundo espiritual. Precisamos estudar e, principalmente, vivenciar os preceitos e valores morais que servem de base da doutrina, ou seja, a proposta do Evangelho, que em sim mesmo é universal e não-sectário.
Se não vivenciarmos, no dia a dia, a mensagem cristã, e apenas ficarmos admirados com os fenômenos, agiremos como um homem sedento que encontrou um copo de cristal cheio de água, mas morreu de sede por se demorar admirando a beleza do copo.
A mediunidade, trabalhada com princípios elevados e altruístas, é como um belo cristal a refletir a Sabedoria divina. Os ensinamentos que os espíritos superiores nos transmitem é a água fresca que a humanidade tanto necessita para revigorar seu espírito sedento de Paz.
Quando falamos em tratamento espiritual, nos referimos não apenas à cura do corpo físico, mas, sobretudo, à cura da alma.
Os ensinamentos que os espíritos elevados nos transmitem têm como objetivo despertar a consciência humana para seus potenciais divinos. Os distúrbios emocionais e psíquicos, conforme nos ensinam, causam desequilíbrios energéticos que acabam desestruturando a harmonia celular, culminado, assim, nas doenças comumente diagnosticadas pelos médicos.
Portanto, devemos entender que a proposta maior do centro espírita não é a de substituir o hospital. Isso seria, até mesmo, contra a legislação brasileira. Sua missão maior é fornecer subsídios para que a criatura humana encontre condições para efetuar o seu amadurecimento e equilíbrio espiritual, o que trará, como consequência, o bem-estar e a saúde integral. Para tanto, muitas vezes se faz necessário o uso de determinados recursos, como sessões de desobsessão, passes e fluidificação da água. Jamais um dirigente espírita deverá recomendar a suspensão do acompanhamento médico.
A mediunidade é um fenômeno espiritual que ocorre com muito mais frequência do que imaginamos. Interagimos, em maior ou menor grau, com os espíritos em nosso dia a dia. Por se manifestarem em planos mais sutis, imperceptíveis para a maioria, com leis ainda desconhecidas pela ciência acadêmica, temos dificuldade em compreender suas influências.
Em potencial, todos somos médiuns, independente de nossa religião, pois a mediunidade é algo inerente ao espírito (lembre-se de que você é um espírito, apenas está temporariamente encarnado). Porém, as pessoas não possuem a mediunidade no mesmo grau. Alguns a possuem em estado bastante aflorado, de forma ostensiva; outras, a possuem apenas em estado latente e recebem do plano espiritual apenas uma vaga impressão. Costumamos chamar de médiuns aqueles que possuem esta faculdade de maneira ostensiva, portanto, poucos podem ser considerados médiuns (ostensivos).
Mediunidade não significa, necessariamente, que a pessoa que a possua seja um espírito evoluído. A grande maioria dos médiuns recebe uma preparação em seu perispírito (corpo astral) antes de reencarnar, para estarem em condições de exercer a mediunidade. Muitas vezes, é uma expiação, sendo uma valiosa oportunidade de evolução e de repararem os erros cometidos em outras encarnações através da caridade, do auxílio ao próximo. Portanto, mediunidade deve, sempre, rimar com caridade e responsabilidade!
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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Visão Espírita da Páscoa

http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo189.html


Eis-nos, uma vez mais, às vésperas de mais uma Páscoa. Nosso pensamento e nossa emoção, ambos cristãos, manifestam nossa sensibilidade psíquica. Deixando de lado o apelo comercial da data, e o caráter de festividade familiar, a exemplo do Natal, nossa atenção e consciência espíritas requerem uma explicação plausível do significado da data e de sua representação perante o contexto filosófico-científico-moral da Doutrina Espírita.
Deve-se comemorar a Páscoa? Que tipo de celebração, evento ou homenagem é permitida nas instituições espíritas? Como o Espiritismo visualiza o acontecimento da paixão, crucificação, morte e ressurreição de Jesus? Em linhas gerais, as instituições espíritas não celebram a Páscoa, nem programam situações específicas para “marcar” a data, como fazem as demais religiões ou filosofias “cristãs”. Todavia, o sentimento de religiosidade que é particular de cada ser-Espírito, é, pela Doutrina Espírita, respeitado, de modo que qualquer manifestação pessoal ou, mesmo, coletiva, acerca da Páscoa não é proibida, nem desaconselhada.
O certo é que a figura de Jesus assume posição privilegiada no contexto espírita, dizendo-se, inclusive, que a moral de Jesus serve de base para a moral do Espiritismo. Assim, como as pessoas, via de regra, são lembradas, em nossa cultura, pelo que fizeram e reverenciadas nas datas principais de sua existência corpórea (nascimento e morte), é absolutamente comum e verdadeiro lembrarmo-nos das pessoas que nos são caras ou importantes nestas datas. Não há, francamente, nenhum mal nisso. Mas, como o Espiritismo não tem dogmas, sacramentos, rituais ou liturgias, a forma de encarar a Páscoa (ou a Natividade) de Jesus, assume uma conotação bastante peculiar. Antes de mencionarmos a significação espírita da Páscoa, faz-se necessário buscar, no tempo, na História da Humanidade, as referências ao acontecimento.
A Páscoa, primeiramente, não é, de maneira inicial, relacionada ao martírio e sacrifício de Jesus. Veja-se, por exemplo, no Evangelho de Lucas (cap. 22, versículos 15 e 16), a menção, do próprio Cristo, ao evento: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão. Porque vos declaro que não tornarei a comer, até que ela se cumpra no Reino de Deus.” Evidente, aí, a referência de que a Páscoa já era uma “comemoração”, na época de Jesus, uma festa cultural e, portanto, o que fez a Igreja foi “aproveitar-se” do sentido da festa, para adaptá-la, dando-lhe um novo significado, associando-o à “imolação” de Jesus, no pós-julgamento, na execução da sentença de Pilatos.
Historicamente, a Páscoa é a junção de duas festividades muito antigas, comuns entre os povos primitivos, e alimentada pelos judeus, à época de Jesus. Fala-se do “pesah”, uma dança cultural, representando a vida dos povos nômades, numa fase em que a vinculação à terra (com a noção de propriedade) ainda não era flagrante. Também estava associada à “festa dos ázimos”, uma homenagem que os agricultores sedentários faziam às divindades, em razão do início da época da colheita do trigo, agradecendo aos Céus, pela fartura da produção agrícola, da qual saciavam a fome de suas famílias, e propiciavam as trocas nos mercados da época. Ambas eram comemoradas no mês de abril (nisan) e, a partir do evento bíblico denominado “êxodo” (fuga do povo hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C., passaram a ser reverenciadas juntas. É esta a Páscoa que o Cristo desejou comemorar junto dos seus mais caros, por ocasião da última ceia. Logo após a celebração, foram todos para o Getsêmani, onde os discípulos invigilantes adormeceram, tendo sido o palco do beijo da traição e da prisão do Nazareno.
Mas há outros elementos “evangélicos” que marcam a Páscoa. Isto porque as vinculações religiosas apontam para a quinta e a sexta-feira santas, o sábado de aleluia e o domingo de páscoa. Os primeiros relacionam-se ao “martírio”, ao sofrimento de Jesus – tão bem retratado neste último filme hollyodiano (A Paixão de Cristo, segundo Mel Gibson) –, e os últimos, à ressurreição e a ascensão de Jesus. No que concerne à ressurreição, podemos dizer que a interpretação tradicional aponta para a possibilidade da mantença da estrutura corporal do Cristo, no post-mortem, situação totalmente rechaçada pela ciência, em virtude do apodrecimento e deterioração do envoltório físico. As Igrejas cristãs insistem na hipótese do Cristo ter “subido aos Céus” em corpo e alma, e fará o mesmo em relação a todos os “eleitos” no chamado “juízo final”. Isto é, pessoas que morreram, pelos séculos afora, cujos corpos já foram decompostos e reaproveitados pela terra, ressurgirão, perfeitos, reconstituindo as estruturas orgânicas, do dia do julgamento, onde o Cristo, separá justos e ímpios.
A lógica e o bom-senso espíritas abominam tal teoria, pela impossibilidade física e pela injustiça moral. Afinal, com a lei dos renascimentos, estabelece-se um critério mais justo para aferir a “competência” ou a “qualificação” de todos os Espíritos. Com “tantas oportunidades quanto sejam necessárias”, no “nascer de novo”, é possível a todos progredirem. Mas, como explicar, então as “aparições” de Jesus, nos quarenta dias póstumos, mencionadas pelos religiosos na alusão à Páscoa? A fenomenologia espírita (mediúnica) aponta para as manifestações psíquicas descritas como mediunidades. Em algumas ocasiões, como a conversa com Maria de Magdala, que havia ido até o sepulcro para depositar algumas flores e orar, perguntando a Jesus – como se fosse o jardineiro – após ver a lápide removida, “para onde levaram o corpo do Raboni”, podemos estar diante da “materialização”, isto é, a utilização de fluido ectoplásmico – de seres encarnados – para possibilitar que o Espírito seja visto (por todos). Igual circunstância se dá, também, no colóquio de Tomé com os demais discípulos, que já haviam “visto” Jesus, de que ele só acreditaria, se “colocasse as mãos nas chagas do Cristo”.
E isto, em verdade, pelos relatos bíblicos, acontece. Noutras situações, estamos diante de uma outra manifestação psíquica conhecida, a mediunidade de vidência, quando, pelo uso de faculdades mediúnicas, alguém pode ver os Espíritos.
A Páscoa, em verdade, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa. Afinal, acredita-se que Jesus teria padecido em razão dos “nossos” pecados, numa alusão descabida de que todo o sofrimento de Jesus teria sido realizado para “nos salvar”, dos nossos próprios erros, ou dos erros cometidos por nossos ancestrais, em especial, os “bíblicos” Adão e Eva, no Paraíso. A presença do “cordeiro imolado”, que cumpre as profecias do Antigo Testamento, quanto à perseguição e violência contra o “filho de Deus”, está flagrantemente aposta em todas as igrejas, nos crucifixos e nos quadros que relatam – em cores vivas – as fases da via sacra. Esta tradição judaico-cristã da “culpa” é a grande diferença entre a Páscoa tradicional e a Páscoa espírita, se é que esta última existe. Em verdade, nós espíritas devemos reconhecer a data da Páscoa como a grande – e última lição – de Jesus, que vence as iniqüidades, que retorna triunfante, que prossegue sua cátedra pedagógica, para asseverar que “permaneceria eternamente conosco”, na direção bussolar de nossos passos, doravante.
Nestes dias de festas materiais e/ou lembranças do sofrimento do Rabi, possamos nós encarar a Páscoa como o momento de transformação, a Vera evocação de liberdade, pois, uma vez despojado do envoltório corporal, pôde Jesus retornar ao Plano Espiritual para, de lá, continuar “coordenando” o processo depurativo de nosso orbe. Longe da remissão da celebração de uma festa pastoral ou agrícola, ou da libertação de um povo oprimido, ou da ressurreição de Jesus, possa ela ser encarada por nós, espíritas, como a vitória real da vida sobre a morte, pela certeza da imortalidade e da reencarnação, porque a vida, em essência, só pode ser conceituada como o amor, calcado nos grandes exemplos da própria existência de Jesus, de amor ao próximo e de valorização da própria vida.
Nesta Páscoa, assim, quando estiveres junto aos teus mais caros, lembra-te de reverenciar os belos exemplos de Jesus, que o imortalizam e que nos guiam para, um dia, também estarmos na condição experimentada por ele, qual seja a de “sermos deuses”, “fazendo brilhar a nossa luz”. Comemore, então, meu amigo, uma “outra” Páscoa. A sua Páscoa, a da sua transformação, rumo a uma vida plena.

Marcelo Henrique: Diretor de Política e Metodologias de Comunicação, da Abrade (Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo) e Delegado da CEPA (Confederação Espírita Pan-Americana) para a Grande Florianópolis-SC

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Deus permanece

Jamais abandono, solidão, infortúnio.
Deus permanece contigo.
Ele é o fulcro gerador de poder, em torno do qual tudo e todos gravitam.
Dele é a linguagem positiva, atuando a distância, no equilíbrio cósmico, na força de atração das moléculas.
Magneticamente a Ele atraídos, estamos associados uns com os outros na grande obra de regeneração.
Sua ação se expande e produz efeitos que se devem realizar através dos fenômenos vivos da Natureza.
Quando as circunstâncias se apresentam aziagas, fomentando sombras e amarguras, quando as enfermidades predominem, diminuindo as resistências; quando as necessidades se multipliquem em turbilhão de inquietudes; quando os apodos invistam sem piedade e todos se tenham ido, Deus permanece contigo.
Quando um homem cai, há um distúrbio no equilíbrio universal.
Quando ele se reergue e avança, a harmonia sideral se reorganiza.
Tu és um cosmo no Universo, e as leis que te regem o destino impõem-te a gravitação harmônica em torno do Astro-Rei.
Deus aí permanece.
Condutores orientam o passo.
Mestres conduzem o ensino.
Leis governam a vida.
A tua vida escreve páginas que irão influenciar outras vidas, nelas permanecendo como exemplos, estímulos ou derrotas.
Deus permanece sempre guiando-te e fortalecendo-te para o fanal feliz.
Não o duvides, nem o desconsideres.
Descobre-O, pois que Ele permanece contigo.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco.
Em 31.03.2011.