segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Delinquência

Examinando de frente os erros e deficiências que ainda nos caracterizam a tela social no caminho humano, o delinquente confesso é, quase sempre, o fruto envenenado que inadvertidamente ajudamos a surgir e amadurecer, na plantação de nossos próprios desajustes.

          Antes de sentenciá-lo a penas de efeitos imprevisíveis, deixa que a compaixão te inspire o juízo inseguro, para que te não falte a bênção da piedade no dia em que a sombra te venha bater à porta.

          Lembra-te de que, diante da Lei, a criminalidade não é apenas aquela que comparece à barra dos tribunais que o mundo improvisa...

          Recorda, quantas vezes, aniquilamos a esperança do companheiro com a palavra insensata.

          Em quantas ocasiões teremos eliminado a lavoura promissora da fé no espírito dos semelhantes com a lâmina dos maus exemplos.

          Rememora as múltiplas estradas em que a alegria dos outros terá desaparecido ao contacto dos raios destruidores de nossa intemperança mental.

          Não olvides o furto impensado que em muitas circunstâncias impomos a quem trabalha na fraternidade e na paz, subtraindo-lhe o tempo.



          Relaciona o roubo da tranquilidade e do pão que infligimos a todos os que nos sofrem a pressão do egoísmo e não te esqueças da lama invisível que, em tantas ocasiões, arremessamos, inconscientes e irresponsáveis, ao nome alheio, quando aderimos sem perceber ao propósito escuso de quantos navegam na corrente lodosa de que se derramam injúria e maledicência.

          Diante do irmão que a penitenciária corrige ou que o cárcere acolhe, meditemos na Misericórdia Divina que nos impediu a delinquência direta, 
sempre viva em potencial nas nossas emoções enfermiças
 e, em testemunho de gratidão e de entendimento, sejamos para o amigo na prova do reajuste, o cirineu que ajuda e compreende, para que sejamos, em verdade, com a lição de Jesus.

EMMANUEL/FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER


Diogenes Pastre Camargo

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