terça-feira, 4 de junho de 2019

Volta à gentileza

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista

Infelizmente, as notáveis conquistas da ciência aliada à tecnologia ainda não lograram facultar ao ser humano o retorno à gentileza.
Propiciaram, sim, fantásticas contribuições para o conforto e o esclarecimento de incontáveis enigmas que o vinham atormentando através dos séculos sem, no entanto, proporcionar-lhe sentimentos que vêm desaparecendo nos relacionamentos sociais, que lamentavelmente se tornam cada vez menos frequentes.
O individualismo, que resulta de muitos instrumentos técnicos de comunicação, embora facilitando a existência têm isolado os indivíduos no mundo de cada qual, sempre mais distante da convivência fraternal, retirando o calor da afetividade.
Vai-se ficando indiferente ao contato pessoal, à conversação calorosa, ao distanciamento uns dos outros.
Pequenos gestos de gentileza vão sendo substituídos pelo silêncio e pelo aborrecimento quando o indivíduo se sente convidado à participação de qualquer atividade pessoal, exceto naquelas de interesse imediato.

Diversos princípios éticos são esquecidos propositalmente e substituídos por carrancas que desanimam qualquer pessoa que deseje uma comunicação verbal agradável. Tem-se a impressão que se deseja distância que favoreça dificuldade de gerar trabalho ou favores não desejados.
As saudações, que demonstram o grau de cultura e civilização, vão desaparecendo e a preocupação apenas consigo leva ao atropelamento dos outros pelos caminhos, sem a mínima preocupação de solicitar-se escusas.
Os demais parecem antipáticos e se evitam novos relacionamentos, bastando-se com os jogos, os desafios e diversos recursos do IPhone.
O ser humano tem necessidade de convivência com a natureza, a flora, a fauna, os ideais de engrandecimento e a presença de outros da sua espécie.
Com esse estranho comportamento, muito fácil se instalam transtornos de conduta, distúrbios emocionais e distância da beleza, da arte, da vida religiosa, do bem-estar. Surgem, então, a depressão e outras patologias afligentes.
Pessoa alguma existe que seja tão plena que não necessite de outra para relaçionar-se, conviver, discutir e até mesmo discordar.
O estar vivo, é movimentar-se, lutar, construindo melhores situações para si próprio, para a humanidade.
Muitas pessoas vivem angustiadas pelo tempo vazio de que dispõem e passam horas queixando-se do nada fazer, de sua vida não ter sentido. Entretanto, leituras edificantes aguardam mentes interessadas, trabalho fraternal em favor do próximo abre-se convidativo para quantos desejem honestamente ser felizes.
Os solitários vagueiam inditosos ou enchem as casas de repouso tornando-se espectros tristes da sociedade que deles se esqueceu. Bem provável que foram eles que se olvidaram do grupo social quando eram jovens e podiam produzir fraternidade bem como edificar futuro melhor.
Mesmo neste momento de desamor e egoísmo pode-se reverter a situação, passando-se a ser solidário e iniciar novas experiências sempre enriquecedoras.
Multiplicam-se Organizações de ajuda à Natureza assim como à humanidade, aguardando cooperadores.
Seja você aquele que tem a coragem de voltar à gentileza e reumanizar-se, pois que ainda é tempo.

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 16 de maio 2019.

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