sábado, 17 de janeiro de 2015

Oremos por Marco Archer Cardoso Moreira

Acreditando que não cai uma folha da árvore sem que o Pai assim permita, pensemos que essa morte bárbara servirá para alguma outra causa, e que, quando a humanidade tiver evoluído, não precisaremos mais chorar por essas barbáries ainda hoje existentes, em povos não evoluídos.

LIVROS DOS ESPÍRITOS

Pena de morte

760 A pena de morte desaparecerá um dia da legislação humana?
– A pena de morte desaparecerá incontestavelmente e sua supressão marcará um progresso na humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida da Terra, os homens não terão mais necessidade de serem julgados pelos homens. Falo de um tempo que ainda está muito distante de vós.
 O progresso social deixa, sem dúvida, ainda muito a desejar, mas seria injusto com a sociedade atual se não se reconhecesse um progresso nas restrições feitas à pena de morte entre os povos mais avançados e quanto à natureza dos crimes aos quais se limita a sua aplicação. Se compararmos as garantias com que a justiça, entre esses mesmos povos, se empenha para cercar o acusado e a forma humanitária com que o trata, ainda mesmo que seja reconhecidamente culpado, com o que se praticava nos tempos que ainda não estão muito distantes, não se pode negar o avanço no caminho progressivo em que marcha a humanidade.
761 A lei de conservação assegura ao homem o direito de preservar sua própria vida; não usa desse direito quando elimina da sociedade um membro perigoso?
– Há outros meios de se preservar do perigo sem precisar matar. É necessário, aliás, abrir ao criminoso a porta do arrependimento, e não fechá-la.
762 Se a pena de morte pode ser banida das sociedades civilizadas, não foi uma necessidade nas épocas menos avançadas?

– Necessidade não é bem a palavra. O homem acha sempre uma coisa necessária quando não encontra justificativa melhor; mas, à medida que se esclarece, compreende mais acertadamente o que é justo ou injusto e repudia os excessos cometidos nos tempos de ignorância, em nome da justiça.
763 A restrição dos casos em que se aplica a pena de morte é um indício de progresso na civilização?
– Podeis duvidar disso? Vosso Espírito não se revolta ao ler a narrativa das carnificinas humanas de antigamente em nome da justiça e em honra da Divindade? Das torturas que sofria o condenado, e mesmo um simples suspeito, para lhe arrancar, pelo excesso dos sofrimentos, a confissão de um crime que muitas vezes não cometeu? Pois bem! Se tivésseis vivido naquele tempo, teríeis achado isso muito natural e talvez, se juízes fôsseis, teríeis feito o mesmo. É assim que o justo de uma época parece bárbaro em outra. As leis divinas são as únicas eternas; as leis humanas mudam com o progresso e ainda mudarão até que sejam colocadas em harmonia com as leis divinas.
764 Jesus ensinou: “Quem matou pela espada morrerá pela espada”. Essas palavras não são a consagração da pena de talião2 e a morte aplicada ao homicida não é a aplicação dessa pena?
– Tomai cuidado! Tendes vos enganado sobre essas palavras como sobre muitas outras. A pena de talião é a justiça de Deus; é Ele que a aplica. Todos vós sofreis a cada instante essa penalidade, porque sois punidos pelos erros que cometeis, nessa vida ou em outra; aquele que fez sofrer seus semelhantes estará numa posição em que ele mesmo sofrerá o que tiver causado. Esse é o sentido dessas palavras de Jesus, que também disse: “Perdoai aos vossos inimigos”, e ensinou a pedir a Deus para perdoar vossas ofensas como vós mesmos tiverdes perdoado,ou seja, na mesma proporção em que perdoardes. Deveis compreender bem isso.
765 O que pensar da pena de morte aplicada em nome de Deus?
– É tomar o lugar de Deus na justiça. Os que agem assim estão longe de compreender Deus e ainda têm muito a expiar. A pena de morte é também um crime quando aplicada em nome de Deus, e os que a ordenam são responsáveis por assassinato.

  1. Metamorfose: mudança ou troca de forma. Transformação, modificação, alteração (N. E.).
  2. Pena de talião: punição imposta na Antiguidade, pela qual se vingava o delito infligindo ao delinqüente o mesmo dano ou mal que ele praticara (N. E.).

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