Pôncio
Pilatos era procurador da província romana da Judeia, desde o ano
26. Fora nomeado pelo imperador Tiberius Claudius Nero Cesar, que
subira ao poder em 18 de setembro do ano 14.
Habitualmente,
o procurador ficava na cidade marítima de Cesareia. No entanto, em
certas oportunidades, com a finalidade de manter a ordem pública,
vinha a Jerusalém.
Estava
pois ele residindo no Castelo Antônia, também chamado Pretório.
Naquele
dia, mal abrira Pilatos as portas do Pretório, quando se
apresentaram os sumos sacerdotes com seu prisioneiro, Jesus de
Nazaré.
E
porque Pilatos lhes indagasse o que tinham contra aquele homem,
responderam que Ele fora encontrado a amotinar o povo, a proibir de
pagar tributo a César e a afirmar que era o Cristo, o Rei.
As
acusações são inéditas pois até então, enquanto Jesus estivera
à frente de Anás e Caifás, fora interrogado, espancado, mas a
única acusação que lhe haviam imputado fora de blasfêmia.
Agora,
perante a autoridade civil, eles engendram acusações de caráter
político e social.
O
procurador refletiu por uns momentos. Depois, levando consigo a
Jesus, retirou-se para o interior da sala do Pretório, a fim de
conferenciar a sós com o acusado.
Ali,
naquele momento, defrontavam-se os representantes das duas maiores
potências da Terra: o procurador do império romano, que dominava a
Europa, a Ásia e a África; e aquele que era o Governador da Terra,
o Rei Solar.
Com
a perspicácia do romano, Pilatos se preocupa com somente uma das
três acusações: a realeza de Jesus. Isso porque se Ele fosse rei,
natural que abrisse uma campanha contra os coletores de tributos
romanos.
Por
isso, lhe indaga: És tu rei dos judeus?
Nos
livros sagrados, este título equivalia ao de Messias ou Redentor. Na
boca de Pilatos, porém, não podia deixar de ter um sentido
político.
Assim,
Jesus responde com outra questão: É de ti mesmo que perguntas isso
ou foram outros que to disseram de mim?
Pilatos
se ofende e responde, de forma brusca: Porventura, sou eu algum
judeu? Tua gente te entregou às minhas mãos: o que fizeste?
Agora,
a sublimidade responde ao homem venal, preocupado com as
questiúnculas da Terra: Meu reino não é deste mundo.
E,
como para assegurar ao político, que não deveria temer pelo seu
cargo, senão somente por sua própria alma, continuou:
Se
o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido para
impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda
não é aqui.
*
* *
As
palavras do Galileu nos levam a meditar. Em sua resposta, duas
revelações: a primeira, a de que Seu reino não é material, e sim
espiritual.
Ele
viera para fundar o reino de Deus no coração dos homens.
Ao
mesmo tempo, ao explicitar ainda não é aqui, nos diz que um dia
será. Quando os homens nos amoldarmos à lei de amor que Ele veio
ensinar, transformaremos a Terra em um oásis de bênçãos.
O
mundo de regeneração para o qual nos encontramos migrando.
O
reino de Deus sobre a face do planeta, no exato momento em que ele
estiver implantado no coração de todos os homens.
Estamos
a caminho. Pensemos nisso e aceleremos o processo.
Redação
do Momento Espírita, com base no Evangelho de João, cap. XVIII, vv.
33 a 36 e no cap. 180 de Jesus Nazareno, v. 2, de
Huberto
Rohden, ed. União Cultural.
Em
3.10.2014.
(Diogenes Pastre Camargo)
(Diogenes Pastre Camargo)
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