A
única
coisa
que
realmente
importa
é
você
perceber,
compreender
que
existe
um
estado
de
consciência
“divino”,
além
de
todo
sofrimento
Por
Victor Rebelo
A maioria
das pessoas, quando dá seus primeiros passos na longa jornada do
autoconhecimento e, consequentemente, da autocura, costuma dissociar
o aprendizado espiritual do dia-a-dia. Claro que nossos primeiros
passos aconteceram lá atrás, quando a consciência ou o princípio
inteligente começou a se manifestar na matéria/energia, mas me
refiro ao primeiros passos dados nesta nossa atual reencarnação.
Muitos
passam o dia inteiro estressados, ansiosos ou cansados, com a mente
dispersa, sem foco no “aqui e agora”. Chegam de noite no centro
espírita, umbandista, ou seja lá o que for, na esperança de
receberem o amparo divino, manifestado na boa vontade daqueles que lá
estão para servir, seja encarnado ou desencarnado.
Mesmo neste
momento tão especial, poucos são os que se mantêm presentes, de
corpo e alma. Uns cochilam, outros assistem à palestra sem o menor
interesse, outros, ainda, aguardam ansiosamente pelo passe energético
ou a água magnetizada... e todos vão para seus lares na esperança
de dias melhores! Mas eu pergunto: quando será um dia melhor?
Amanhã? No futuro?
A grande
diferença, entre um espírito “maduro” e outro não, é que, as
pessoas mais conscientes, mais lúcidas, sabem que nosso aprendizado
espiritual ocorre todos os dias, em todos os momentos. Toda hora é
propícia para entendermos como somos, como reagimos diante das
circunstâncias da vida.
Além
disso, não podemos achar que somente na hora da palestra ou no
momento do passe é que devemos abrir o coração, serenar a mente ou
“pensar em Jesus”. Quem nunca ouviu dizer que “o Reino de Deus
está dentro de nós”? Pois é, está mesmo, à nossa disposição
– hoje – não amanhã, quando formos seres iluminados, anjos...
Na verdade, isso tudo é secundário! Ser evoluído ou não, não faz
a menor diferença, nem mesmo para Deus! A única coisa que realmente
importa é você perceber, compreender que existe um estado de
consciência “divino”, além de todo sofrimento, todo dissabor,
toda frustração e ilusão, e basta acessarmos este estado de
lucidez para sentirmos aquela tão sonhada paz interior. Jesus disse
“Buscai o Reino de Deus e tudo mais virá por acréscimo”.
Então... tá esperando o quê?
No começo
não é fácil. Temos a crença enraizada de que só podemos estar
bem quando tudo está “perfeito”. Aí é que está a raiz do
problema.
Muitos
dizem que os grandes pensadores espiritualistas eram contra as coisas
mundanas, mas isso não é verdade. Buda, por exemplo, não condenava
o desejo, pois quando não aceitamos nossos desejos, automaticamente
criamos um conflito interno e perdemos a percepção dos planos mais
elevados da realidade. O problema não está no desejo, mas no apego
que temos aos nossos desejos. O apego, a necessidade em realizar um
desejo é que causa sofrimento e não o desejo em si. Além disso,
Buda sempre nos aconselhou a buscarmos o “caminho do meio”, ou
seja, o do equilíbrio.
Orai e
vigiai! Quando estamos focados no presente (seja meditando, orando ou
fazendo qualquer atividade, como lavar a louça) nos tornamos mais
conscientes dos nossos pensamentos, sentimentos e atitudes, assim
como ficamos mais sensíveis à dor alheia. Nos tornamos mais capazes
de amar sem nos envolvermos no desequilíbrio do outro. Aprendemos a
respeitar a individualidade de cada um, pois passamos a respeitar o
nosso próprio jeito de ser. Então, a harmonia envolve nosso corpo,
nossa mente, nossa alma... num grande processo de cura, individual e
coletiva.
Saúde e
Paz!
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