Um
dos grandes desafios que a sociedade moderna tem enfrentado, entre
outros mais graves, é aquele que diz respeito à liberdade de consciência
e, por extensão, a de expressão e conduta. Todos somos livres para
pensar, ninguém podendo conseguir impedir-nos desse admirável sentido da
vida.
Graças
às conquistas democráticas, podemos expender os nossos conceitos em
decorrência do pensamento desde que não venhamos a ferir o direito
alheio.
Entretanto, não são poucos aqueles que se tornaram vítimas dessa liberdade, ao apresentar as suas ideias à sociedade.
Sempre existem de plantão os cerceadores da liberdade dos outros, tentando cercear-lhes esse direito adquirido através dos séculos, quando as ideias apresentadas não obedecem aos seus padrões de pensamento e de conduta.
Sempre existem de plantão os cerceadores da liberdade dos outros, tentando cercear-lhes esse direito adquirido através dos séculos, quando as ideias apresentadas não obedecem aos seus padrões de pensamento e de conduta.
São proclamadores do direito deles e rudes atacam toda e qualquer expressão que não corresponde às suas paixões…
Fazem-se agressivos, voltando-se contra os idealistas e arrasando-os ou tentando fazê-lo.
Como
os seus propósitos não são de iluminar consciências, partem para o
ataque à pessoa e à sua conduta, assacando acusações mediante as quais
os insultam e buscam manter intermináveis discussões nas quais exaltam
as próprias qualidades, como se fossem os únicos que pensam e se
apropriam de tudo que lhes deve passar pelo crivo da aceitação.
Na sua insânia acreditam que intimidam, quando procuram desmoralizar aqueles aos quais se opõem, arrogantes e temerários.
Não
podendo discutir apenas no campo das ideias, perseguem os idealistas e
estão sempre dispostos a sacrificar quem se encoraja a opinar
livremente. Assim ocorre em todos os campos do pensamento.
Convém
recordarmos que não se combatem ideias senão com outras superiores, e
que toda vez quando um idealista é excruciado, o seu silêncio nobre, que
resulta das convicções que mantém, mais desperta simpatia e
credibilidade pela força do sentimento e a legitimidade do seu conteúdo.
Constitui
um dever permitir a outrem o direito à liberdade que se desfruta, não
lhe maldizendo o comportamento, muitas vezes sob a injunção da inveja e
do despeito, travestidos de verdade e defesa do que abraçam.
Vale
a pena repetirmos o pensamento de Voltaire, a respeito do tema, aliás,
já muito conhecido: “Não estou de acordo com o que dizes, porém,
defenderei com a minha vida o teu direito a expressá-lo.”
Os
grandes líderes da humanidade pagaram esse pesado tributo, sofrendo a
perseguição dos apaixonados, principalmente quando dominados por
políticas arbitrárias que sempre perseguem aqueles que se lhes não
aderem aos postulados partidários.
Vale, no entanto, ser livre, sem deixar-se afligir ou abater pelos seus perseguidores gratuitos.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 22-02-2018.
http://www.fergs.org.br/single-post/2018/02/23/Liberdade-de-Consci%C3%AAncia
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